quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ler as pessoas como que de um livro se tratassem...


Todos os que me conhecem sabem, assim como eu, que a minha paixão, que o que me move são as relações humanas. Em consequência disso, grande parte do meu tempo é passado a ler as pessoas como que de livros se tratassem, gosto de o fazer, gosto como que antecipar o final, gosto de ir descobrindo a pessoa pouco a pouco e ir conhecendo-a, perceber como ela é, qual foi a sua história e quais os eventos que originam a sua forma de ser, agir ou pensar.
Gosto de avaliar o carácter, e gosto também de não errar na minha avaliação! É quase como um passatempo meu, onde vou buscar satisfação, até porque o tempo que passo acompanhada é, na maior parte das vezes onde vou buscar uma maior gratificação.

Estes dias descobri, e se as pessoas forem livros e nós os realizadores? Um livro é o que é, sem mais nem menos nenhuma vírgula, sem mais nem menos um ponto final. Mas mesmo assim os realizadores são capazes das mais diferentes interpretações, a percepção é a nossa realidade, mas podemos nós ler apenas o que desejamos ler? Porque tantas vezes gostamos de um livro e não de um filme? Porque é a visão daquela pessoa, daquele realizador, não a visão que nós criámos.

Continuo a achar e continuarei sempre, que a maior parte das vezes, aliás a maioria das vezes não me engano em relação a essência da pessoa, mas a beleza dos livros não está nos pormenores? No contar de toda a história? Porque tentamos nós imaginar um desfecho? Vamos lendo com calma, vamos lendo cada ponto de exclamação, vamos analisando cada interrogação ou metáfora.

Tenho que aprender a ler mais devagar, a aproveitar os pormenores, aprender a não começar pelo fim... A pressa é inimiga da perfeição!

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