quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ler as pessoas como que de um livro se tratassem...


Todos os que me conhecem sabem, assim como eu, que a minha paixão, que o que me move são as relações humanas. Em consequência disso, grande parte do meu tempo é passado a ler as pessoas como que de livros se tratassem, gosto de o fazer, gosto como que antecipar o final, gosto de ir descobrindo a pessoa pouco a pouco e ir conhecendo-a, perceber como ela é, qual foi a sua história e quais os eventos que originam a sua forma de ser, agir ou pensar.
Gosto de avaliar o carácter, e gosto também de não errar na minha avaliação! É quase como um passatempo meu, onde vou buscar satisfação, até porque o tempo que passo acompanhada é, na maior parte das vezes onde vou buscar uma maior gratificação.

Estes dias descobri, e se as pessoas forem livros e nós os realizadores? Um livro é o que é, sem mais nem menos nenhuma vírgula, sem mais nem menos um ponto final. Mas mesmo assim os realizadores são capazes das mais diferentes interpretações, a percepção é a nossa realidade, mas podemos nós ler apenas o que desejamos ler? Porque tantas vezes gostamos de um livro e não de um filme? Porque é a visão daquela pessoa, daquele realizador, não a visão que nós criámos.

Continuo a achar e continuarei sempre, que a maior parte das vezes, aliás a maioria das vezes não me engano em relação a essência da pessoa, mas a beleza dos livros não está nos pormenores? No contar de toda a história? Porque tentamos nós imaginar um desfecho? Vamos lendo com calma, vamos lendo cada ponto de exclamação, vamos analisando cada interrogação ou metáfora.

Tenho que aprender a ler mais devagar, a aproveitar os pormenores, aprender a não começar pelo fim... A pressa é inimiga da perfeição!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sabedoria do sem abrigo...


Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade. Ao seu lado, o fiel escudeiro, um vira-lata que atendia pelo nome de Malhado.
Serapião não pedia dinheiro. Aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou um almoço feito com sobras de comida dos mais abastados.

Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras.
Serapião era conhecido como um homem bom, que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade.

Não bebia bebida alcoólica, estava sempre tranquilo, mesmo quando não havia recebido nem um pouco de comida. Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora que Deus determinava, alguém lhe estendia uma porção de alimentos.

Serapião agradecia com reverência e rogava a Deus pela pessoa que o ajudava. Tudo que ganhava, dava primeiro para o malhado, que, paciente, comia e ficava a esperar por mais um pouco.

Não tinham onde dormir; onde anoiteciam, lá dormiam. Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte e, ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte.

Aquela figura me deixava sempre pensativo, pois eu não entendia aquela vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor.

Certo dia, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas fui bater um papo com o velho Serapião.

Iniciei a conversa falando do Malhado, perguntei pela idade dele, o que Serapião, não sabia. Dizia não ter idéia, pois se encontraram um certo dia quando ambos andavam pelas ruas e falou:
Nossa amizade começou com um pedaço de pão. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço; e ele agradeceu, abanando o rabo. Daí, não me largou mais. Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso.

Curioso perguntei:
- Como vocês se ajudam?
Ele me vigia quando estou dormindo; ninguém pode chegar perto que ele late e ataca. Também quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode.

Continuando a conversa, perguntei:
Serapião, você tem algum desejo na vida?

Sim, respondeu ele - tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que a Zezé vende ali na esquina.

- Só isso? Indaguei.
É, no momento é só isso que eu desejo.

Pois bem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Saí e comprei um cachorro quente para o mendigo. Voltei e lhe entreguei. Ele arregalou os olhos, deu um sorriso, agradeceu a dádiva e em seguida tirou a salsicha, deu para o Malhado, e comeu o pão com os temperos.

Não entendi aquele gesto do mendigo, pois imaginava ser a salsicha o melhor pedaço.

Não me contive e perguntei, intrigado:
Por que você deu para ao Malhado, logo a salsicha?

Ele com a boca cheia respondeu:
Para o melhor amigo, o melhor pedaço!
E continuou comendo, alegre e satisfeito.

Despedi-me do Serapião, passei a mão na cabeça do Malhado e sai pensando.

Aprendi como é bom ter amigos. Pessoas em que possamos confiar. Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal.

Jamais esquecerei a sabedoria daquele eremita:
"PARA O MELHOR AMIGO O MELHOR PEDAÇO"

(Autoria: Innocêncio de Jesus Viégas)

domingo, 31 de outubro de 2010

Palavras mudas



O outro dia uma amiga afirmou que eu seria a rainha dos recalcamentos, ora aqui voltamos à história do faz de conta e no quanto eu sou boa a fazê-lo.
A verdade é que eu de facto acredito que muitas das coisas menos agradáveis na vida podem e devem ser ignoradas, não vale a pena valorizar tudo o que de mau vai surgindo nos nossos dias, recuso-me a vestir aquela alma portuguesa e fadista que nos diz que tudo isto é triste e que tudo isto existe.

Em consequência sim, é verdade, tenho tendência a simplesmente não falar ou sequer pensar muito sobre os infortúnios desta vida, mas heis que nesta fase da minha vida me questiono. Não deveria eu, pelo menos falar e processar os problemas que efectivamente me incomodam? É que cheguei a um ponto que acho que nem sei como fazer isso, são anos e anos de maus hábitos, anos e anos a achar que todos esperam de mim apenas sorrisos, pensamento positivo e boa disposição. No fundo, e eu sei que é assim, no fundo, são anos a achar que tristezas são fracassos, por algum motivo associo os dois conceitos, e em consequência, nem aos meus melhores amigos sou capaz de assumir em concreto o que me deixa menos bem, parece que é quase uma vergonha.

Sim minha amiga S. sou a rainha dos recalcamentos e sim, talvez por isso tenha reacções estranhas em momentos inadequados, mas acho que descarrego apenas quando a situação surge e não necessariamente no momento adequado, e sim, tenho andado a precisar de descarregar, embora continue a achar que a vida é LINDA!

domingo, 10 de outubro de 2010

Liberdade...

Por vezes penso no que é ser-se livre e também em como a liberdade que dizemos viver não passa de uma mera ilusão, sim claro! Somos mais livres que os nossos antecessores, se é que é medível a liberdade, aliás, nem sei se seremos, porque não é apenas o facto de podermos dizer ou fazer o que eles não podiam que nos confere essa liberdade, acabamos sempre e invariavelmente por ter de assumir as consequências daquilo que supostamente somos livres de fazer! Depois temos, claro, as limitações que nos são impostas das formas mais sombrias e dissimuladas, sejam elas económicas, sociais, ou simplesmente porque há uma meia dúzia de senhores que vão moldando e fazendo as opiniões nas massas e lhes limitam sobretudo a liberdade de pensamento!

Poderia escrever aqui um texto longuíssimo sobre este assunto, sobre aquilo que nos limita a liberdade, sobre aquilo que não nos permite fazer tudo aquilo pelo qual os nossos pais lutaram... Sermos realmente livres.

Deixo a análise para a camada mais jovem, em homenagem às gerações vindouras que ainda têm um voto sobre a matéria, são opiniões que divergem entre si, mas são isso mesmo vozes, opiniões. E Viva a Liberdade!


"A liberdade é a capacidade racional de afirmar as vontades e intenções, configuradoras da acção, onde os outros animais só respondem por impulsos.

É a capacidade de caracterizar de criativa a acção Humana, escusando-se a generalizações sociais, sem que isso signifique um individualismo incoerente com a natureza colectiva do Homem.

É a capacidade de atribuir simbolismo ao agir e de responder única e exclusivamente pelos nossos actos, tendo somente a nossa razão como tribunal.

É a capacidade que o Homem tem, pesem embora inúmeros condicionalismos sociais, de tornar as suas acções criativas e por isso, ao contrário dos outros animais, dar-se à... liberdade de ser desumano. O Homem pode transgredir as suas próprias regras e superar as suas obrigações chegando ao ponto de se descaracterizar aos olhos dos outros como ser Humano.

A liberdade é enfim um conceito inatingível na plenitude da sua definição e convém que assim seja: primeiro porque no dia em que o Homem deixar de possuir o entusiasmo para procurar a liberdade morre; e depois porque a liberdade encontra a sua própria ruína na ausência de restrições que a razão a si própria impõe como forma de combater a arrogância e leviandade daqueles que se julgam totalmente livres."

By, André Torres, aluno do 10º ano,
no ano lectivo de 1998/99,
da Escola Secundária de Emídio Navarro
de Viseu.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Carnificina...



Desta vez foi o meu papi, a esta hora está ainda ali aberto com uma qualquer equipa médica a ver-lhe as entranhas. Literalmente já que o pedaço que lhe vão tirar é no intestino.

Curiosa a forma como reagimos às situações, curiosa a forma como quando é com aqueles que mais amamos ficamos muito mais nervosos e ansiosos.

Vai correr tudo bem, eu sei que sim, mas não consigo deixar de ficar com o coração muito pequenino e irrequieto, parece que quer fugir pela boca.

Quem me conhece sabe a paixão e verdadeira adoração que tenho pelo meu progenitor, só não sei se ele saberá... Preciso de lhe dizer mais vezes que o amo!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Descanso


Van Gogh "Rest from work"

Amanhã vislumbro descanso!!!

Não tenho na memória fase da minha vida em que andasse tão cansada, talvez por isso ande mais rabugenta, sensível, desmotivada e intolerante. Hoje por exemplo, como amanhã vou descansar já tenho uma lucidez que não tinha por exemplo ontem, tudo já me parece mais simples, tudo já me parece mais claro e justificável e o que ontem me aquecia, hoje nem me arrefece!

Curioso pensar nisto, acredito que o estado de espírito é de facto também uma mensagem que o corpo nos passa, às vezes apenas não damos ouvidos. Eu por exemplo sinto-me cansada e sei que tenho motivos para tal, porque tenho trabalhado em exagero, mas teimo por exemplo em não me oferecer uma boa noite de sono, o facto de me recusar a apenas dormir e trabalhar leva-me a dormir bem menos do que devia, consequência, tudo me parece o fim do mundo, quando afinal nem é, no meu caso por exemplo exacerbo as emoções e tenho uma enorme tendência a exagerar tudo. A racionalidade que me caracteriza perde-se no meio disto tudo.

Hoje acho que vou dormir bem melhor e amanhã fazê-lo até às tantas, só isso já faz com que agora tudo me pareça lindamente :D

sábado, 2 de outubro de 2010

Decepção


Joseph Minton "Decepção" (2007)

Impressionante como ainda permito que as pessoas me desapontem!!! Claro que a idade traz-nos alguma lucidez e claro que não damos cabeçadas com a mesma facilidade. Somos mais ponderados, tomamos as nossas cautelas, seguimos as nossas regras e acima de tudo a inocência já se perdeu!

E se mesmo depois de tudo isto continuamos a decepcionar-nos com as pessoas? Hoje por exemplo, estou com uma vontade tremenda de guardar os amigos que tenho muito bem guardados e não me dar a conhecer a absolutamente mais ninguém, porque de facto não preciso. Tenho tudo o que de bom necessito na minha vida, referindo-me em particular às pessoas, até porque isto de me desiludir dá-me uma tremenda sensação de estupidez, sim, de estupidez, de me ter de perguntar a mim própria como foi possível deixar-me levar sem sequer me passar pela cabeça que me iria magoar, nunca nada é tão fácil e nunca nada corre tão bem...

Eu quero continuar a confiar no ser humano, a sério que quero, mas em boa verdade é que se torna cada vez mais difícil, quando até as pessoas que vemos como sendo bonitas nos dão um golpe na alma.

Edit:

Um grande amigo publicou isto no facebook, não poderia deixar de colocar aqui, não sei quem criou isto, não me apeteceu pesquisar, mas que está muitíssimo bem dito, está!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Amanhecer na Ribeira do Porto



A Minha G. fez anos, e claro que foi ela que escolheu como queria celebrar o dia que marcou a primeira vez que deu um berro na terra.
Éramos os 4, aqueles quatro que são muito especiais na vida uns dos outros, aqueles quatro que sabemos que as nossas vidas estarão ligadas para sempre, aqueles quatro que a vida não vai conseguir separar.

A noite começou claro, na petiscada. Ele foi punhetas de bacalhau, moelas, bifanas, pimentos padron, bem regados a sangria, na baixa do Porto, numa tasca que eu honestamente desconhecia, mas que tenciono visitar brevemente, já que fiquei mais que satisfeita quer com o espaço, quer com a petiscada propriamente dita.

O plano era ir dançar um pouco e acabar na praia, pois bem, o pouco transformou-se em nada, já que o tendinha estava de tal forma cheio que até respirar era difícil e a praia transformou-se em ruelas do Porto e Ribeira.

A noite, mais uma daquelas, especial. De facto quando as emoções são verdadeiras, quando a amizade é amor, quando a vergonha é nenhuma e a confiança inabalável, o sentimento é pleno e a experiência maravilhosa.

Este amor nada tem de delicado, quando se ama pode-se dizer tudo, pode-se fazer tudo e é libertador. Cada vez mais acredito, não desprezando os profissionais, que as pessoas que não têm amigos destes devem visitar bem mais frequentemente os psicólogos, claro que há questões que são difíceis de ultrapassar, sem dúvida alguma, mas a verdade é que se confiamos num grupo de pessoas como este podemo-nos libertar de cargas tremendas que pairam sobre nós sem o menor remorso de a partilhar com aqueles que sabemos que o fazem com toda a alegria. Mais! Sabemos que dar um pouco da nossa dor só vai fazer aquela pessoa feliz...

Noites destas enchem-me a alma de carinho, noites destas elevam-nos enquanto pessoas e noites destas acabam na Ribeira de manhã a ver o sol nascer e com sorte até, já bem alto a aquecer os nossos rostos e os nossos corações.

^..^

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Plaza del Obradoiro em muito bom

Chegada de Santiago, tenho claro alguns comentários a fazer.



Carlos Nuñez continua a ser um Senhor (leia-se a letra maiúscula), é impressionante as coisas que este homem consegue fazer com que o meu corpo sinta, até os cabelos da cabeça se me arrepiam sempre que o oiço a tocar! Emocionei-me, dancei, vibrei muito ao som deste inesquecível concerto. A Orquestra de fundo faz toda a diferença e tornou o espetáculo ainda mais grandioso, e os Chieftains, velhinhos já, mas continuam a ter aquela sonoridade inconfundível, como seria de esperar, este foi um concerto inesquecível!!!

O início foi um pouco conturbado, com o imenso barulho que se fazia ouvir, era a esquerda a manifestar-se, eram as pessoas que não conseguiram entrar na Plaza, chegava a ser deveras incomodativo, tanto que o Sr. Carlos teve que dizer umas palavras, o que só me fez admira-lo mais, antes de tocar uma das mais difíceis Muiñeiras que existem. Aproveitem e oiçam, se bem que por lá estar foi bem mais intenso!



Posto isto, e depois de saber que Carlos é assumidamente de esquerda lá continuei deliciada a ouvir o concerto, estava confortavelmente sentada na segunda fila, graças à minha irmã que chegou umas boas horas antes, cada momento que passava era para mim uma explosão de sentidos! Este vídeo que se segue não foi relativo ao dia de ontem, no entanto esta, claro, foi para mim um arrepio só. Apreciem!




De uma forma geral a viagem e as poucas horas de sono; sim porque ando a dormir pouco, embora pelos melhores motivos; valeram muito a pena, tenho apenas uma ressalva a fazer, se a opinião que tinha sobre os Galegos era muito boa, de serem um povo afável, festeiro e simpático, este fim-de-semana a minha opinião mudou um pouco, achei-os pouco disponíveis, mal-educados até, mas deixarei uma próxima oportunidade para tirar teimas.

(^_^)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Carlos Nuñez, Chieftains e Orquestra Sinfónica da Galiza




Acabei de marcar hotel para o próximo fim-de-semana (11 e 12 de Setembro), destino? Santiago de Compostela, ver o concerto de uma vida, juntam-se dos melhores da sua área, para as delícia e felicidade de quem vai assistir.

Se já no coliseu do Porto fiquei encantada com Carlos Nuñez e era só ele e os seus músicos, acho que vou delirar num concerto onde também os Chieftains estejam presentes, sim, porque já há anos que tinha o desejo de os ver ao vivo. A cereja em cima do bolo será não só o cenário, Plaza do Obradoiro, mesmo em frente à catedral, mas também o facto de, a esta já por si só excelente parceria se vir a juntar a Orquestra Sinfónica da Galiza.

Espero algo como isto, em muito muito bom!!!




S. vamos gozar muito este momento!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Terras de Bouro




Este fim-de-semana foi simplesmente majestoso, e assim foi por uma série de factores, pela companhia, pelas experiências, pela paisagem, pelo descanso.

Juntamos um grupo de amigos, mas daqueles a quem podemos dar esse nome sem hesitação e partimos para Terras de Bouro, cheios de boa disposição, vontade de descansar e claro, com a bagagem bem cheia de muitos e bons petiscos.

A casa que nos acolheu é linda, casa dos bernardos, pitoresca, mantendo as características da região como se quer e com o bónus de ter piscina. À chegada, no descarregar as malas e sacos, começa a conversa, os beijos e abraços de quem mata saudades e logo ali sentimo-nos em casa, o verde que nos rodeava, a paz, o ar do campo, a amizade. Logo ali se adivinhava o que viria a ser um excelente fim-de-semana.



Fomos passear, mesmo de pijama, pelos montes do Gerês, fomos para casa já o sol se estava a levantar, posso dizer que será daqueles momentos que irei recordar para o resto da minha vida, posso afirmar que a conversa dessa noite, o amor que vivemos, a troca de confidências só fizeram que os laços que nos unem estejam agora inquebráveis e eternos. Claro que o brinde que trouxemos para casa fará desta noite ainda mais inesquecível e à plateia, apresento agora o Manuel Dinis Terras de Bouro aka MD.



Decididamente um programa a repetir, decididamente uma experiência que nos enriquece, decididamente não queremos mais gatos cá em casa :)

Quanto aos fogos e ao estado em que o alto minho se encontra agora, prefiro nem tecer comentários já que seria mais do mesmo, mas não posso deixar de exprimir a minha indignação.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Três anos!!



As circunstâncias da vida nem sempre são aquilo que esperávamos exactamente, mas a sabedoria reside em saber o que fazer quando estas nos aparecem.

Há pouco mais 3 anos vi-me numa dessas circunstâncias, estava meia perdida profissionalmente e nada representava a segurança que queria para mim. Foi então que surgiu a oportunidade de abraçar este projecto, não sabia muito bem o que era, menos ainda em que iria consistir, sabia apenas que tinha a ver com café e com o George Clooney :)

Passados 3 anos não poderia estar mais estupefacta, dadas as expectativas iniciais. O que seria apenas passageiro e rápido, facilmente passou a um orgulhoso definitivo. A empresa, o projecto, a marca, os clientes e acima de tudo as pessoas com quem trabalho, fazem que não tenha vontade absolutamente nenhuma de mudar.

As alegrias, os amigos, os objectivos cumpridos e os constantes desafios, superam largamente as angústias, as incertezas ou as lágrimas derramadas, estas últimas servem apenas para fazer com que me comprometa mais ainda, fazem com que valorize cada vez mais tudo de bom que ali acontece!

What else?

(^_^)

domingo, 15 de agosto de 2010

Noite do Porto


Como concerteza alguns sabem a noite do Porto está rejuvenescida, tem-se até dito que a baixa está em alta! Eu não poderia estar mais de acordo, o roteiro. Começar no centenário Piolho, que depois das obras ficou rejuvenescido, nos leões, ver as caras, encontrar os conhecidos, beber uma cerveja, de seguida arrancar para o 77, aí forra-se o estômago, o(s) panike(s) regado(s) por um balde, eu por norma acompanho com Vodka preta e umas boas gargalhadas com os amigos, fica-se logo com mais espírito para o resto da noite!

Sobem-se uns metros e temos o ferrugem! Casa pequena, com um ambiente muito cool, muito cada um na sua, aí curte-se a música. Rock a bombar! Até que alguém diz... Vamos para as Galerias? E lá descemos outra vez as ruas, sempre repletas de gente, gente na sua, gente a usufruir do ambiente, gente a beber uns copos, gente a fumar umas coisas catitas, gente por todo o lado a conversar, cantar, dançar ou simplesmente não fazer nada.

Lá se fica mais um bocado pelas galerias, as artérias dos clérigos estão lotadas, armazém do chá, Plano B, Pitch, a oferta é tanta e tão diversa como os que por ali andam. A acabar a noite? Claro que no tendinha, dançar, dançar até cansar, a música é variada, desde rock, a portuguesas, aos saudosos 80's, um pouco de tudo, que acaba por agradar a todos, canta-se e dança-se até ficar com a roupa colada ao corpo, sim porque aquilo aquece demasiado, gente a mais, calor a mais, mas o espírito que se vive não nos desanima.

Aconselho vivamente e aceito de bom grado os convites para repetir, fico feliz que as pedras cinzentas da cidade, se tenham vindo a tornar pedras coloridas e cheias de vida à noite... A cidade já merecia este movimento!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ensaio sobre a honestidade


O outro dia estive a falar com um tipo sobre como seria um ensaio sobre a verdade, eu não arriscaria tanto, bastar-me-ia um ensaio sobre a honestidade. Tal como no da cegueira; porque isto do Saramago, à boa maneira portuguesa depois de morto é tema de conversa até no café da esquina; imaginemos que um a um nos tornamos honestos, mas completamente honestos, qual criança de 2 anos sem malícia, sem pensamentos toldados, sem filtros, sem motivos para não dizer absolutamente tudo aquilo que pensamos.

Por norma aquelas pessoas que dizem, ahh e tal eu digo o que tenho a dizer, faz-me sempre pensar no que uma professora me disse em tempos, e se o que houver para dizer for um tremendo disparate, ou simplesmente me magoar, serei eu obrigada a ouvir?

Façamos então este exercício, passamos a vida a vender honestidade, a dizer o quanto a apreciamos, até a rotulamos como uma das melhores características do ser humano. Esmiuçando bem o tema? Acho que a maioria de nós não sabe bem o que está a dizer, a pedir, eu própria que nunca tinha pensado nisto, acho agora que isto é um tremendo disparate.

À pergunta, estou gorda? À pergunta, porque não gostas de mim? Naquelas situações em que temos de respirar fundo para não explodirmos e fazemos o nosso melhor sorriso amarelo, completamente desprovido de palavras porque as que nos vêem à cabeça parecem estupidamente desadequadas para aquele momento... Imaginem agora que a honestidade prevalece, perante todos as situações sem excepção, perante aquelas pequenas mentirinhas que achamos inofensivas, perante as situações em que fechamos a boca para não nos prejudicarmos a nós ou aos outros, ou perante aquelas mentirinhas que usamos até para nos beneficiar. Apenas isto, imaginem.

Deixo-vos agora a sós com os vossos pensamentos

Ressaca




Hoje estou com uma moleza enorme, no entanto a explicação é simples, estou com um género de ressaca, isto para não dizer que é a verdadeira ressaca. Ontem à noite estiveram cá em casa uns bons amigos e decidimos apostar tudo, ou seja, bebemos caipirinhas e caipiblack como se não houvesse amanhã, isto enquanto jogávamos o clássico sobe e desce, não a dinheiro, mas a castigos que é bem mais giro :)

Conclusão, no fim da noite (leia-se madrugada) já estávamos todos, virados cada um para o seu lado ou a dormir ou a rir a bom rir com o roscas e o estacionâncio, já não houve energias para castigos, mas estes minha querida G. não estão esquecidos, apenas adiados, por isso não respires já de alívio.

Estes serões são aqueles que recordamos mais tarde, aqueles que nos divertem mais e que deixam memórias, mas hoje, é que se paga o preço, pois que isto de não termos 20 anos já não perdoa e estas coisas batem-nos com mais força.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Camarada

Estes dias tive uma enorme felicidade, voltarei a trabalhar com a minha camarada, a minha companheira de guerra que me acompanha desde o dia 1.

Quis o destino que nos separássemos temporariamente, mas agora as coisas voltam a estar de onde nunca deveriam ter saído! Os meus dias passarão a ser melhores, já que estou a falar de uma das pessoas mais bonitas que alguma vez conheci, um ser humano tremendamente honesto, sincero, puro e amigo.

Sê bem vinda camarada F.

(^_^)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Alma


Passados meses hoje lembrei-me de voltar a escrever aqui, volta e meia até me lembro de o fazer, mas falta-me a vontade, ou a inspiração sei lá. A verdade é que neste exacto momento tive uma enorme vontade de o fazer, e em boa verdade, agora que comecei apetece-me dizer tanta coisa, que nem sei muito bem o que dizer.

Começarei claro, por falar de mim, sim, que este meu lado egocêntrico teima em não me deixar, não que interesse muito, mas ao fim ao cabo, foi no que isto se foi transformando, nas minhas idas e vindas ao longo deste último ano e pico.

A vida corre-me bem, a minha alma está lavada. Claro que as rotinas persistem em cá ficar, mas essas já lido bem melhor com elas, são o que são, rotinas, e a verdade é que por vezes estas até nos trazem alguma paz, como que algo certo, algum equilíbrio no dia-a-dia. Por vezes o cansaço ou mesmo a falta de criatividade deixa que esta se instale, e assim faço, deixo-a instalar, sem preocupações ou alarmes.

Depois surgem dias em que me apetece fazer coisas diferentes, sair delas,das rotinas, experimentar coisas novas, boas ou más, mas fazê-las à mesma, e assim aprendi a lidar com elas!

Este fim-de-semana foi dos bons, fiz de tudo. Descansei muito, ri muito, bebi muito, dancei muito, passeei muito, e estive muito com amigas que me são muito queridas e importantes, e são estes os momentos que fazem com que todos os outros sejam pequenos, estes momentos são aqueles que quero guardar e fazer crescer dentro de mim, porquê? Porque me alimentam a alma!

Ahhh, em relação ao que me levou a criar este blogue? 100% livre de cancro, apenas tive que fazer uns ajustes na medicação que tomo, mas a última consulta correu lindamente e fica apenas a vantagem de não pagar IRS nos próximos anos (^_^)

A ver se volto a mandar novidades mais amiúde, pelo menos hoje apetece-me, amanhã? Não sei :D

sábado, 3 de abril de 2010

Trabalho Vs Família




Hoje o trabalho foi mais que muito, já estou habituada a que os períodos de descanso da maioria sejam os meus períodos de mais trabalho. Até aí tudo bem, nem é coisa que me incomode muito, mas hoje ao falar com a família ao telefone diz-me a minha única sobrinha e amor da minha vida:

- Nana, quando é que te vou ver? (isto com um certo tom de desânimo)

Partiu-me o coração ter de lhe dizer que não sabia, agora só tenho folga na 2ª feira, respondo-lhe eu, mas a verdade é que durante a semana ela tem as suas rotinas, escola cedinho, ATL depois, deveres em casa, jantar, banhoca e cama.

Lá lhe disse que adorei o raminho que ela me deu no Domingo passado, que adorei que tivesse sido ela a fazê-lo, que o tinha posto no meu quarto para me lembrar sempre dela, mas a verdade é que estava cheia de vontade de estar com ela hoje. Não posso, não pude.

Repito, trabalhar enquanto todos estão com as suas famílias nem me costuma aborrecer muito, mas há alturas em que dói, e dói na alma, porque eu sou apaixonadíssima pela minha e tenho-a como a melhor família do mundo, sei que eles sabem disso, mas às vezes gostava de estar mais presente, mais presente quando apenas lá falto eu.

terça-feira, 30 de março de 2010

Acasos



Há precisamente um ano por esta exacta hora a minha realidade era bem diferente do que é hoje, descobri por um acaso, e com um acaso passei a encarar as coisas de forma bem diferente. Agora, um ano passado e tudo resolvido, sou decididamente uma mulher diferente, tornei-me acima de tudo mais prática. Sim, sim, aquela história do Seeze de day, do carpe diem, do viver o dia de hoje e outras coisas mais é a mais pura das verdades.

Depois de certos acasos na vida nos baterem à porta, passamos efectivamente a ver o que nos rodeia com uns olhos que nunca viram tão bem, e em consequência passamos a agir com mais liberdade.

E é exactamente assim que me sinto agora, livre!!! Os juízos de valor são postos de parte, o receio da opinião que terceiros possam ter sobre mim e as minhas acções não têm metade da importância que teriam, em consequência vivo essa liberdade! Vivo para o hoje, vivo para mim, vivo para minha satisfação!

Os acasos que nos aparecem, mesmo os menos bons, são efectivamente um ensinamento, cada vez melhor tenho oportunidade de vivenciar isso e ficar grata, sim, ficar grata por coisas más acontecerem, transformei-me numa mulher ainda melhor.

Poderia ficar aqui mais um tempão a escrever sobre acasos, no entanto ficariam a saber demais e o mais interessante deixo sempre para mim \o/

sábado, 27 de fevereiro de 2010

SLB!!!




Só para dizer que hoje vou com a minha Si e uns amigos ver o Benfica e que um dia destes volto a ter vontade de cá escrever. Pois, sou uma moça de vontades :)

Vai ser bonito, nós ali no meio da claque do Leixões hehehehehehe