domingo, 10 de outubro de 2010

Liberdade...

Por vezes penso no que é ser-se livre e também em como a liberdade que dizemos viver não passa de uma mera ilusão, sim claro! Somos mais livres que os nossos antecessores, se é que é medível a liberdade, aliás, nem sei se seremos, porque não é apenas o facto de podermos dizer ou fazer o que eles não podiam que nos confere essa liberdade, acabamos sempre e invariavelmente por ter de assumir as consequências daquilo que supostamente somos livres de fazer! Depois temos, claro, as limitações que nos são impostas das formas mais sombrias e dissimuladas, sejam elas económicas, sociais, ou simplesmente porque há uma meia dúzia de senhores que vão moldando e fazendo as opiniões nas massas e lhes limitam sobretudo a liberdade de pensamento!

Poderia escrever aqui um texto longuíssimo sobre este assunto, sobre aquilo que nos limita a liberdade, sobre aquilo que não nos permite fazer tudo aquilo pelo qual os nossos pais lutaram... Sermos realmente livres.

Deixo a análise para a camada mais jovem, em homenagem às gerações vindouras que ainda têm um voto sobre a matéria, são opiniões que divergem entre si, mas são isso mesmo vozes, opiniões. E Viva a Liberdade!


"A liberdade é a capacidade racional de afirmar as vontades e intenções, configuradoras da acção, onde os outros animais só respondem por impulsos.

É a capacidade de caracterizar de criativa a acção Humana, escusando-se a generalizações sociais, sem que isso signifique um individualismo incoerente com a natureza colectiva do Homem.

É a capacidade de atribuir simbolismo ao agir e de responder única e exclusivamente pelos nossos actos, tendo somente a nossa razão como tribunal.

É a capacidade que o Homem tem, pesem embora inúmeros condicionalismos sociais, de tornar as suas acções criativas e por isso, ao contrário dos outros animais, dar-se à... liberdade de ser desumano. O Homem pode transgredir as suas próprias regras e superar as suas obrigações chegando ao ponto de se descaracterizar aos olhos dos outros como ser Humano.

A liberdade é enfim um conceito inatingível na plenitude da sua definição e convém que assim seja: primeiro porque no dia em que o Homem deixar de possuir o entusiasmo para procurar a liberdade morre; e depois porque a liberdade encontra a sua própria ruína na ausência de restrições que a razão a si própria impõe como forma de combater a arrogância e leviandade daqueles que se julgam totalmente livres."

By, André Torres, aluno do 10º ano,
no ano lectivo de 1998/99,
da Escola Secundária de Emídio Navarro
de Viseu.

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