terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ensaio sobre a honestidade


O outro dia estive a falar com um tipo sobre como seria um ensaio sobre a verdade, eu não arriscaria tanto, bastar-me-ia um ensaio sobre a honestidade. Tal como no da cegueira; porque isto do Saramago, à boa maneira portuguesa depois de morto é tema de conversa até no café da esquina; imaginemos que um a um nos tornamos honestos, mas completamente honestos, qual criança de 2 anos sem malícia, sem pensamentos toldados, sem filtros, sem motivos para não dizer absolutamente tudo aquilo que pensamos.

Por norma aquelas pessoas que dizem, ahh e tal eu digo o que tenho a dizer, faz-me sempre pensar no que uma professora me disse em tempos, e se o que houver para dizer for um tremendo disparate, ou simplesmente me magoar, serei eu obrigada a ouvir?

Façamos então este exercício, passamos a vida a vender honestidade, a dizer o quanto a apreciamos, até a rotulamos como uma das melhores características do ser humano. Esmiuçando bem o tema? Acho que a maioria de nós não sabe bem o que está a dizer, a pedir, eu própria que nunca tinha pensado nisto, acho agora que isto é um tremendo disparate.

À pergunta, estou gorda? À pergunta, porque não gostas de mim? Naquelas situações em que temos de respirar fundo para não explodirmos e fazemos o nosso melhor sorriso amarelo, completamente desprovido de palavras porque as que nos vêem à cabeça parecem estupidamente desadequadas para aquele momento... Imaginem agora que a honestidade prevalece, perante todos as situações sem excepção, perante aquelas pequenas mentirinhas que achamos inofensivas, perante as situações em que fechamos a boca para não nos prejudicarmos a nós ou aos outros, ou perante aquelas mentirinhas que usamos até para nos beneficiar. Apenas isto, imaginem.

Deixo-vos agora a sós com os vossos pensamentos

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